RECAPITULE E MEMORIZE AS SUAS DISCUSSÕES
sexta-feira, 31 de maio de 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
BANCADA EVANGÉLICA...
26/05/2013 - 01h30
Contrariando a percepção de que os evangélicos tem uma representação exagerada, o percentual da bancada sobre o total da Câmara (15%), é menor do que a população que se declarou evangélica no mais recente Censo do IBGE, 22,2% -embora tenha mais do que duplicado com relação à legislatura anterior, quando contava com 36 deputados.
Com raras exceções, a atuação da bancada evangélica está longe de ser suprapartidária. Há alguns dias, por exemplo, deputados do bloco estiveram no centro do embate entre governo e oposição por causa da Medida Provisória dos Portos.
O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) apresentou uma emenda ao texto original tachada de "Tio Patinhas" pelo também evangélico Anthony Garotinho (PR-RJ). O detalhe é que ambos são da Igreja Presbiteriana.
Garotinho, aliás, já foi processado por Benedita da Silva (PT-RJ), também evangélica, por danos morais. E é rival declarado de Eduardo Cunha (PMDB), ligado à igreja Sara Nossa Terra.
A deputada petista, por sua vez, é historicamente ligada aos movimentos negros, ferozes críticos de Marco Feliciano (PSC-SP), processado por racismo ao dizer que os africanos sofrem de uma maldição bíblica.
Entre as bancadas por denominação, a única coesa é a da Igreja Universal do Reino de Deus: todos os seis deputados federias estão filiados ao Partido da República.
DESTAQUE
O bloco evangélico também tem pouca influência individual. Somente quatro deles aparecem na lista dos cem parlamentares mais influentes do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão de interlocução entre Congresso e entidades sindicais.
Por outro lado, muitos têm problemas com a Justiça: 32 são réus em processos no Supremo Tribunal Federal.
Falando sob a condição de anonimato, um deputado disse que vê três grandes grupos na chamada bancada: o núcleo duro, formado por pastores, como Feliciano; os que costumam aparecer quando convocados, caso de Garotinho; e os que praticamente não participam, incluindo Benedita.
AÇÃO FOCADA
"A Frente Parlamentar Evangélica defende a vida e a família", diz o deputado e pastor Roberto de Lucena (PV-SP), sobre o escopo da atuação do bloco.
Ele é um dos quatro vice-presidentes da bancada liderada por Paulo Freire (PR-SP), pastor e filho de José Wellington, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, principal entidade da maior denominação evangélica do país.
Lucena disse que só se lembra de duas votações em que a bancada se articulou.
O endurecimento da lei contra motoristas alcoolizados e o apoio a uma emenda que mantinha a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estádios durante a Copa, ambas no ano passado.
No caso dessa emenda, 40 evangélicos apoiaram a proposta, incluindo três peemedebistas, contrariando a orientação partidária.
Lucena é o relator do controvertido projeto que permite psicólogos promoverem tratamento para "curar" a homossexualidade.
Nas comissões, a bancada evangélica é hegemônica só na de Direitos Humanos, presidida por Feliciano: são 7 dos 11 titulares, incluindo os três vice-presidentes.
Articulação da bancada evangélica na Câmara é praticamente nula
FABIANO MAISONNAVE
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A bancada evangélica da Câmara dos Deputados ampliou recentemente a
visibilidade ao assumir o controle da Comissão de Direitos Humanos. Mas a
aparente demonstração de força esconde um bloco de 66 deputados disperso entre
16 partidos e 24 igrejas, com articulação quase nula em votações.
Contrariando a percepção de que os evangélicos tem uma representação exagerada, o percentual da bancada sobre o total da Câmara (15%), é menor do que a população que se declarou evangélica no mais recente Censo do IBGE, 22,2% -embora tenha mais do que duplicado com relação à legislatura anterior, quando contava com 36 deputados.
Com raras exceções, a atuação da bancada evangélica está longe de ser suprapartidária. Há alguns dias, por exemplo, deputados do bloco estiveram no centro do embate entre governo e oposição por causa da Medida Provisória dos Portos.
O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) apresentou uma emenda ao texto original tachada de "Tio Patinhas" pelo também evangélico Anthony Garotinho (PR-RJ). O detalhe é que ambos são da Igreja Presbiteriana.
Garotinho, aliás, já foi processado por Benedita da Silva (PT-RJ), também evangélica, por danos morais. E é rival declarado de Eduardo Cunha (PMDB), ligado à igreja Sara Nossa Terra.
A deputada petista, por sua vez, é historicamente ligada aos movimentos negros, ferozes críticos de Marco Feliciano (PSC-SP), processado por racismo ao dizer que os africanos sofrem de uma maldição bíblica.
Entre as bancadas por denominação, a única coesa é a da Igreja Universal do Reino de Deus: todos os seis deputados federias estão filiados ao Partido da República.
DESTAQUE
O bloco evangélico também tem pouca influência individual. Somente quatro deles aparecem na lista dos cem parlamentares mais influentes do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), órgão de interlocução entre Congresso e entidades sindicais.
Por outro lado, muitos têm problemas com a Justiça: 32 são réus em processos no Supremo Tribunal Federal.
Falando sob a condição de anonimato, um deputado disse que vê três grandes grupos na chamada bancada: o núcleo duro, formado por pastores, como Feliciano; os que costumam aparecer quando convocados, caso de Garotinho; e os que praticamente não participam, incluindo Benedita.
AÇÃO FOCADA
"A Frente Parlamentar Evangélica defende a vida e a família", diz o deputado e pastor Roberto de Lucena (PV-SP), sobre o escopo da atuação do bloco.
Ele é um dos quatro vice-presidentes da bancada liderada por Paulo Freire (PR-SP), pastor e filho de José Wellington, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, principal entidade da maior denominação evangélica do país.
Lucena disse que só se lembra de duas votações em que a bancada se articulou.
O endurecimento da lei contra motoristas alcoolizados e o apoio a uma emenda que mantinha a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estádios durante a Copa, ambas no ano passado.
No caso dessa emenda, 40 evangélicos apoiaram a proposta, incluindo três peemedebistas, contrariando a orientação partidária.
Lucena é o relator do controvertido projeto que permite psicólogos promoverem tratamento para "curar" a homossexualidade.
Nas comissões, a bancada evangélica é hegemônica só na de Direitos Humanos, presidida por Feliciano: são 7 dos 11 titulares, incluindo os três vice-presidentes.
Colaborou PAULO GAMA, de São Paulo
terça-feira, 21 de maio de 2013
FUNCK E VIOLENCIA EM SALA DE AULA.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Enquanto o país ocupa o penúltimo lugar em ranking de educação, disseminam-se funk e violência em salas de aula
Segundo ranking realizado pela Pearson Internacional (referido em matéria de O GLOBO), o Brasil ocupou, em uma lista de de 40 países, a penúltima colocação - a despeito de constituir a sexta economia do Mundo -, estando à frente apenas da Indonésia. Tal ranking utiliza informações de resultados de três testes aplicados a alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental.
Os dados provém do PIAE (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), do TEIMC/TIMSS (Tendências de Estudo Internacional de Matemática e Ciência) e do PEIA/PIRLS (Progresso no Estudo Internacional de Alfabetização). Tais índices abrangem resultados e habilidades matemáticas, científicas e de leitura.
Neste contexto, proliferam-se, nas escolas, demonstrações eróticas - quando não pornográficas - de funk, realizadas por menores de idade, agressões de alunos contra professores, brigas entre gangues e espancamentos realizados entre alunos.
Ao mesmo tempo, noticiam-se, diariamente, fechamentos de escolas, redução em valores de investimentos na educação pública, acréscimo de violência no interior das escolas e no entorno, além de índices preocupantes no que toca aos resultados em aprendizagem. Infelizmente, as "novidades" acabam se restringindo ao lado negativo, não havendo melhorias, ainda que mínimas, no estado da educação pública. Infelizmente, poucos ainda podem entender esta situação, pois os índices de analfabetismo funcional, infelizmente, crescem e atingem níveis absurdos. Até quando perdurará esta situação?
Caio Barbosa é sociólogo.
DONOS DE PORTOS FINANCIAM POLÍTICOS.
21/05/2013 - 03h26
Um grupo de 28 empresas e famílias que exploram portos no Brasil injetou pelo
menos R$ 121,5 milhões em campanhas eleitorais e na direção de partidos
políticos em apenas três anos, de 2010 a 2012.
As empresas tinham interesses diversos na discussão da Medida Provisória dos Portos, proposta de alteração das regras do setor apresentada pelo governo Dilma no fim de 2012 e aprovada no Congresso na semana passada.
Parte dessas companhias defendia desde o início as alterações por acreditar que abririam espaço para novos negócios. Entre elas estão nomes como Odebrecht, Triunfo e o grupo de Eike Batista.
Do outro lado estavam companhias como Santos Brasil e Libra Holding, operadoras de terminais que temiam perder espaço. Nos bastidores, as empresas tentaram inserir mudanças no texto quando perceberam que a medida seria aprovada.
Duas entidades operaram o lobby no Congresso: a ABTP, dos terminais portuários, e Abratec, dos terminais de contêineres. Os presidentes da ABTP, Wilen Manteli, e da Abratec, Sérgio Salomão, estiveram no Congresso e conversaram com parlamentares ao longo da votação.
Outro nome do lobby empresarial foi Richard Klien, sócio do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, na Santos Brasil. A empresa administra o maior terminal de contêineres do país e registrou no ano passado uma receita de R$ 1,3 bilhão.
A Folha apurou que, nos dias que antecederam a votação da MP, Klien manteve conversas com líderes políticos em Brasília. Procurada, a assessoria do empresário não havia confirmado nem negado a informação até a conclusão desta edição.
Klien e seus familiares doaram R$ 3,6 milhões como pessoas físicas. Desse total, metade foi para o comando nacional do PMDB. Klien é antigo apoiador do senador José Sarney (PMDB-AP).
O grupo empresarial sob controle de Dantas, que inclui o banco Opportunity e a Agropecuária Santa Bárbara, doou mais R$ 3,9 milhões, 97,4% dos quais para a Direção Nacional do PT.
O maior doador do setor de portos foi o grupo Odebrecht, com R$ 66 milhões. O PT recebeu 36% desse volume, seguido por PSDB (28,5%) e PMDB (22%).
A Libra Holdings direcionou 57,5% de suas doações para o PSB, partido do ministro Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos).
O valor doado pelo setor de portos nesses três anos equivale a tudo o que foi arrecadado pelos prefeitos eleitos de 26 capitais em 2008, em valores nominais.
O setor de planos de saúde doou, no ano de 2010, R$ 11,8 milhões por meio de 48 empresas, segundo estudo de pesquisadores da UFRJ e da USP.
OUTRO LADO
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, afirmou à Folha que as doações não ajudaram no diálogo com o Congresso sobre a Medida Provisória dos Portos.
Segundo ele, as empresas ou seus sócios fazem repasses aos partidos de forma independente, sem discutir com a associação. "As doações são feitas pelas empresas. Isso está fechado a sete chaves. Nem sei como a turma faz isso. É algo que nunca discutimos."
A Santos Brasil afirmou, por meio da assessoria, que "não faz lobby e nunca atuou para derrubar ou mudar a MP". A empresa disse que considerou a medida positiva e "está pronta para aproveitar as oportunidades de negócio criadas pelo novo modelo portuário".
A Odebrecht afirmou, também por meio da assessoria, que "faz suas doações em prol da democracia e do desenvolvimento econômico e social do país" e classificou a medida como "um marco histórico no esforço do país para superar os entraves ao nosso desenvolvimento".
O grupo Libra disse que as doações de campanha da empresa e de acionistas foram registradas e feitas "em função da identificação com programas dos partidos e relacionamentos de longo prazo".
A empresa afirmou que é favorável à medida em "todos os seus aspectos que estimulam os investimentos e aumentam a concorrência".
(ANDREZA MATAIS, BRENO COSTA, DIMMI AMORA E RUBENS VALENTE)
Donos de portos financiaram políticos
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DE BRASÍLIA
As empresas tinham interesses diversos na discussão da Medida Provisória dos Portos, proposta de alteração das regras do setor apresentada pelo governo Dilma no fim de 2012 e aprovada no Congresso na semana passada.
Parte dessas companhias defendia desde o início as alterações por acreditar que abririam espaço para novos negócios. Entre elas estão nomes como Odebrecht, Triunfo e o grupo de Eike Batista.
Do outro lado estavam companhias como Santos Brasil e Libra Holding, operadoras de terminais que temiam perder espaço. Nos bastidores, as empresas tentaram inserir mudanças no texto quando perceberam que a medida seria aprovada.
Duas entidades operaram o lobby no Congresso: a ABTP, dos terminais portuários, e Abratec, dos terminais de contêineres. Os presidentes da ABTP, Wilen Manteli, e da Abratec, Sérgio Salomão, estiveram no Congresso e conversaram com parlamentares ao longo da votação.
Outro nome do lobby empresarial foi Richard Klien, sócio do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, na Santos Brasil. A empresa administra o maior terminal de contêineres do país e registrou no ano passado uma receita de R$ 1,3 bilhão.
A Folha apurou que, nos dias que antecederam a votação da MP, Klien manteve conversas com líderes políticos em Brasília. Procurada, a assessoria do empresário não havia confirmado nem negado a informação até a conclusão desta edição.
Klien e seus familiares doaram R$ 3,6 milhões como pessoas físicas. Desse total, metade foi para o comando nacional do PMDB. Klien é antigo apoiador do senador José Sarney (PMDB-AP).
O grupo empresarial sob controle de Dantas, que inclui o banco Opportunity e a Agropecuária Santa Bárbara, doou mais R$ 3,9 milhões, 97,4% dos quais para a Direção Nacional do PT.
O maior doador do setor de portos foi o grupo Odebrecht, com R$ 66 milhões. O PT recebeu 36% desse volume, seguido por PSDB (28,5%) e PMDB (22%).
A Libra Holdings direcionou 57,5% de suas doações para o PSB, partido do ministro Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos).
O valor doado pelo setor de portos nesses três anos equivale a tudo o que foi arrecadado pelos prefeitos eleitos de 26 capitais em 2008, em valores nominais.
O setor de planos de saúde doou, no ano de 2010, R$ 11,8 milhões por meio de 48 empresas, segundo estudo de pesquisadores da UFRJ e da USP.
OUTRO LADO
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, afirmou à Folha que as doações não ajudaram no diálogo com o Congresso sobre a Medida Provisória dos Portos.
Segundo ele, as empresas ou seus sócios fazem repasses aos partidos de forma independente, sem discutir com a associação. "As doações são feitas pelas empresas. Isso está fechado a sete chaves. Nem sei como a turma faz isso. É algo que nunca discutimos."
A Santos Brasil afirmou, por meio da assessoria, que "não faz lobby e nunca atuou para derrubar ou mudar a MP". A empresa disse que considerou a medida positiva e "está pronta para aproveitar as oportunidades de negócio criadas pelo novo modelo portuário".
A Odebrecht afirmou, também por meio da assessoria, que "faz suas doações em prol da democracia e do desenvolvimento econômico e social do país" e classificou a medida como "um marco histórico no esforço do país para superar os entraves ao nosso desenvolvimento".
O grupo Libra disse que as doações de campanha da empresa e de acionistas foram registradas e feitas "em função da identificação com programas dos partidos e relacionamentos de longo prazo".
A empresa afirmou que é favorável à medida em "todos os seus aspectos que estimulam os investimentos e aumentam a concorrência".
(ANDREZA MATAIS, BRENO COSTA, DIMMI AMORA E RUBENS VALENTE)
De:
segunda-feira, 20 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
EXISTEM 22 MILHÕES DE MISERÁVEIS NO PAÍS.
19/05/2013 - 01h57
Governo alega que valor segue padrão do Banco Mundial
É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.
Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como "linha de miséria" --ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.
Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.
Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% --2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.
Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.
Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.
Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.
Segundo, que os "resgatados" da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês --e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.
Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.
outro cenário.
A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família.
Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.
Indicador defasado 'esconde' 22 milhões de miseráveis do país
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero
para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a
indigência fosse corrigida pela inflação.
Governo alega que valor segue padrão do Banco Mundial
É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.
Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como "linha de miséria" --ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.
Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.
Editoria de Arte/Folhapress |
Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% --2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.
Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.
Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.
Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.
Segundo, que os "resgatados" da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês --e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.
Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.
outro cenário.
A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família.
Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
CARTÓRIOS SÃO OBRIGADOS A CELEBRAR CASAMENTO GAY A PARTIR DE HOJE.
Cartórios são obrigados a celebrar casamento gay a partir de hoje
Cartórios de todo o país passarão a ser obrigados, a partir desta quinta-feira (16), a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo. Eles também não poderão se recusar a converter união estável homoafetiva em casamento.
A medida foi aprovada nesta terça-feira (14) pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ainda cabe, porém, contestação no STF (Supremo Tribunal Federal).
A união entre pessoas do mesmo sexo havia sido aprovada pela Suprema Corte há dois anos, mas ainda havia cartórios que se recusavam a fazer a conversão para casamento.
Ao defender a resolução na sessão do CNJ, o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, autor da proposta, afirmou que o conselho estava "removendo obstáculos administrativos de uma decisão do Supremo que é vinculante [válida para as demais esferas do Judiciário]".
O que muda
Na prática, a decisão do CNJ trará mais garantias ao casal de mesmo sexo, segundo o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).Perguntas e respostas
- O CNJ aprovou uma resolução que determina que cartórios civis sejam obrigados a converter união estável homoafetiva em casamento civil. Tire algumas dúvidas comuns sobre o tema
Outra vantagem do casamento em relação à união estável, de acordo com Pereira, é que o cônjuge necessariamente é herdeiro do outro. "No caso de união estável, o parceiro não herda imediatamente." Para o advogado, no entanto, o principal benefício é legitimar as relações homoafetivas. "É mais uma prova diante da sociedade."
Como vai funcionar:
- Casais homossexuais poderão ir direto a qualquer cartório do país para dar entrada no pedido de casamento civil. Os procedimentos serão os mesmos exigidos para casais heterossexuais.- Quem já tiver união estável poderá pedir a conversão em casamento.
- Em caso de recusa do cartório, o caso será levado para análise do juiz corregedor do respectivo Tribunal de Justiça do Estado. A resolução do CNJ, no entanto, não explica se é o casal que deve procurar o TJ.
CONHEÇA OS PAÍSES ONDE O CASAMENTO GAY É AUTORIZADO
O CARNAVAL - POEMA.
Essa luta é antiga! Ele escreveu a poesia nos anos 50, no entanto, salta aos olhos a sua atualidade.
O Carnaval
por Rev. Jerônimo Gueiros
Carnaval! Empolgante Carnaval!
Festa vibrante!Festa colossal!
Festa de todos: de plebeus e nobres,
Que iguala, nas paixões, ricos e pobres.
Festa de esquecimento do passado,
De térreo paraíso simulado...
Falsa resposta à voz do coração
De quem não frui de Deus comunhão,
Festa da carne em gozo desbragado,
Festa pagã de um povo batizado,
Festa provinda de nações latinas
Que se afastaram das lições divinas.
Ressurreição das velhas bacanais,
Das torpes lupercais, das saturnais
Reino de Momo, de comédias cheio,
De excessos em canções e revolteio,
De esgares, de licença e hilaridade,
De instintos animais em liberdade!
Festa que encerra o culto sedutor
De Vênus impúdica em seu fulgor.
Festa malsã, de Cristo a negação,
Do "Dia do Senhor" profanação.
Carnaval!Estonteante Carnaval!
Desenvoltura quase universal!
Loucura coletiva e transitória,
Deixa do prazer lembrança inglória,
Festa querida, do caminho largo,
De início doce, mas de fim amargo...
Festa de baile e vinho capitoso,
Que morde como ofídio venenoso,
Que tira do homem sério o nobre porte,
E gera o vício, o crime, a dor e a morte.
Carnaval!Vitando Carnaval!
Festa sem Deus!Repúdio da moral!
Festa de intemperança e gasto insano!
Trégua assombrosa do pudor humano,
Que solta a humana besta no seu pasto:
O sensualismo aberto mais nefasto!
Festas que volve às danças do selvagem
E do africano, em fúria, lembra a imagem,
Que confunde licença e liberdade
Nos aconchegos da promiscuidade
Sem lei, sem norma, sem qualquer medida,
Onde a incauta inocência é seduzida,
Onde a mulher, às vezes, perde o siso
E o cavalheiro austero o são juízo;
Onde formosas damas, pela ruas,
Exibem, saltitando, as formas suas,
E no passo convulso e bamboleante,
Em requebros de dança extravagante,
Ouvem, no "frevo" , as chufas e os ditados
Picantes, de homens quase alucinados,
De foliões audazes, perigosos,
Alguns embriagados, furiosos!
Muitos, tirando a máscara, em tais dias,
Revelam, nessas loucas alegrias,
A vida que levaram mascarados
Com a máscara dos homens recatados...
Carnaval!Perigoso Carnaval!
Que grande festa e que tremendo mal!
Brasil gigante, atenção! Atenção!
O Carnaval é festa de pagão!
Repele-o! Que te traz só dor e morte!
Repele-o! E inspira em Deus a tua sorte.
Rev. Jerônimo Gueiros
Sobre o autor: Jerônimo
Gueiros (1880-1954) foi um ministro presbiteriano nordestino muito
conhecido por seu rico ministério, no Recife, e por suas qualificações como
literato e apologista da fé cristã. De sua lavra surgiram artigos penetrantes,
livros inspiradores e poesias tão belas quanto incisivas e pertinentes aos
temas apresentados.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
IDH DO BRASIL AVANÇA MAS FICA AINDA ABAIXO DA MÉDIA.
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domingo, 12 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
PROFESSORA DE 74 ANOS BATE EM DILMA.
PEÇO LICENÇA PARA DAR
CIÊNCIA DESSA CARTA PÚBLICA DA PROFESSORA MARTHA E TAMBÉM COMPARTILHAR DE SUAS
IDEIAS E OPINIÃO.
NOSSA PRESIDENTE TEM O
DEVER DE DAR SATISFAÇÃO AO POVO
E.R CURTA NOSSA PÁGINA: www.facebook.com/MCCAmapa
A professora Martha de Freitas Azevedo
Pannunzio, de 74 anos, é de Uberlância. Ela escreveu uma carta para a
presidente Dilma que foi entregue em mãos. Vale a pena ler. É a voz de quem não
se cala e não consente.
BRASIL CARINHOSO
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu pronunciamento
risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média,
mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no
meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada
Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do
BRASIL CARINHOSO. Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição
municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie
um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus
executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as
matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil. Setenta reais per
capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um
gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas,
porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de
dependentes para engordar sua renda. Por outro lado mulheres e homens
miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos.
Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de estímulo à vagabundagem,
claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT. É muito fácil
dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a
plateia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no
seu caso) irresponsavelmente. Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim.
Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, sobrevivente da
ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num
petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E
o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante.
Vocês são adeptos do quanto pior, melhor. São discricionários, praticantes do
bullying mais indecente da História do Brasil. Em 1988 a Assembleia Nacional
Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna
bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são
iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta
disposição, enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu
modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que
são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola. A partir de
vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é
miserável. E a Constituição que vá para a (...retirado pelo blog). Vocês
selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu
faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida d e
que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com
certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou
num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem
duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que
estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da
ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. A
Câmara Federal endoidou? O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a
atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola
de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá,
nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor, alguém pare o
trem que eu quero descer! Uma escola pública decente, realista, sintonizada com
um País empreendedor, com uma grade curricular objetiva, com professores bem
remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o
Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para ontem.
Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao
final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a
oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não
sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de
suas capitais. Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz
de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar
vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste. Nossos meninos
e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na
rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhecimento de causa
porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública
mineira, por opção política e ideológica, apesar da humilhação a que Minas
submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é
mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou
informando. Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se
anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento familiar
a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno
só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia Josué de Castro,
A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro.
Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro
de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo,
mesmo que a Casa Civil torça o nariz. Ele tem o mapa da mina. A senhora se
lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em tempo integral,
igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou
milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E
aulas objetivas, evidentemente.
Com biblioteca, auditório e natação. Com um
jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado
dos alunos e abastecimento da cantina. Escola adequada para os de zero a seis,
para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em instalações
individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro,
virando a esquina de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na
Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá
ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado.
Enquanto os finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles
permanecem. Aqui a evasão é exorbitante. Educação custa caro? Depende do ponto
de vista de quem analisa. Só que educação não é despesa. É investimento. E tem
que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente.
Povo educado ganha mais, consomem mais, come mais corretamente, adoece menos e
recolhe mais imposto para as burras dos governos. Vale à pena investir mais em
educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta.
Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem
nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de evitar
a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar
de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel,
Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento familiar. Nossa
cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta iniciativa, antecipando-se ao SUS.
Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e declaro isto sem nenhuma
vaidade, apenas para a senhora saber com quem está falando. Senhora PresidentA,
mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo como
mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte
discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for
preciso. A primeira chibatada é o seu veto a este Código Florestal, que ainda
está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e aprendizado. O planeta
terra é muito mais importante do que o lucro do agronegócio e a histeria da
reforma agrária fajuta que vocês estão promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo
tempo educadora ambiental. Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o
Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em
Brasília, bem instalados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se
durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a
máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A
senhora não é os outros. A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro
para ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de
aluguel, qualquer. Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é
claro. Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas
do seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da
classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com
marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de
empregos, pagadores de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a corte
perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunista
e voraz. A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários
da Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer
trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício. Estou firmemente
convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar
o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma casta inoperante,
parasita social, sem qualificação profissional, que não levará nosso País a
lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional
feita incessantemente pelo governo petista na última década, o Brasil está na
mira dos desempregados do mundo inteiro, a maioria qualificada, que entrarão
por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando
até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileira vão ficar
chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à
delinquência e às drogas. Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e
quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da
pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida
toda para criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede
pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero,
com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e
ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no
ostracismo social, alienada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar
por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade,
mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a
favor do político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés
de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês. A senhora não pediu minha
opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me
consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu,
agropecuarista, burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz
alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos
miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem!
Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o
vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais. Esta sangria nos cofres
públicos não salvou ninguém? Não refrescou niente? Gostaria que a senhora me
mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para
avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do
anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de
dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital.
Democracia é isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói. Ah, antes
que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou impertinente nem
desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor,
corrija esta informação. Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez
ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca
saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com
pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou
concorde. O contraditório é muito saudável. Não gostei e desaprovo o BRASIL
CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada
familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha
bem insignificante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma? Carinho de presidentA
da república do Brasil neste Momento, no meu conceito, é uma campanha
institucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois
filhos. É mais creche institucional e laica. Mais escola pública e laica em
tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de
aula, do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante
e gente capacitada para o mercado de trabalho. Eu podia vociferar contra os
descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para
esta catilinária. Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muitíssimo
mais grave, que é um desvio de conduta de líderes políticos desonestos, chamado
populismo, utilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as
classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles
são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são.
Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a
jogada. Suja. A televisão mostra ininterruptamente imagens de Desespero social.
Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população
luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho.
Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente
produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão
da História, dona Dilma! Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a
inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia
para sustentar a máquina extraviada do governo petista. Último lembrete: a
pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como
dois mais dois são quatro. Não me leve a mal por este protesto público. Tenho
obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a
conta sou eu.
Atenciosamente,
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012
PR. MARCOS PEREIRA PRESO.
FICA ESPERTA IGREJA!!!!
Muita calma nesta hora! Veja a real intenção desta prisão, veja o que está acontecendo. Independente do resultado ele precisa da Nossa Ajuda em Oração!
Vamos orar por ele Igreja do Senhor!
Muita calma nesta hora! Veja a real intenção desta prisão, veja o que está acontecendo. Independente do resultado ele precisa da Nossa Ajuda em Oração!
Vamos orar por ele Igreja do Senhor!
Cantor Waguinho diz que a prisão de Marcos Pereira pode ter cunho político. Waguinho foi levar seu apoio ao pastor Marcos Pereira durante esta madrugada na de...
legacia onde o pastor Marcos Pereira estava antes de seguir na manhã de hoje para o presídio de Bangu. Segundo Waguinho o motivo que levou a prisão do pr. Marcos Pereira ontem é referente ao um processo antigo. "É uma denúncia (estupro) antiga que até hoje não se tem prova, uma investigação de anos. O pastor sempre se apresentou quando solicitado.. Ele realiza uma obra de recuperação de pessoas que o Brasil, o mundo conhecem", defendeu Waguinho. Candidato a prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nas últimas eleições, Waguinho insinuou que a prisão de Marcos Pereira pode ter cunho político. "Todo mundo sabe o que está acontecendo.
Estamos chegando em 2014", disse, se referindo às eleições que serão realizado no ano que vem.
domingo, 5 de maio de 2013
LULA DEFENDENDO A PROMISCUIDADE.
Lula agora defende política sem promiscuidade
Josias de Souza
Será lançado no próximo dia 13 o livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma.” Em meio a duas dezenas de textos analíticos, a obra traz uma entrevista de Lula. Ocupa 20 das 384 páginas. Foi concedida ao educador argentino Pablo Gentili e ao sociólogo Emir Sader, organizador do livro, em 14 de fevereiro –nas pegadas das condenações do mensalão.
Em vários pontos da conversa, Lula fez algo muito parecido com uma autocrítica. A certa altura, disse que “o PT cometeu os mesmos desvios que criticava” nos outros partidos. Atribuiu o rebaixamento ético ao peso do dinheiro nas eleições. Disse que seu partido precisa voltar a acreditar nos “valores” que o inspiravam no passado, para “provar que é possível fazer política com seriedade.”
De repente, Lula saiu-se com essa: “Você pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele e como exercício prático da democracia.”
O Lula do livro destoa do Lula que, em nome dos arranjos de 2014, aconselhou Dilma Rousseff a devolver à Esplanada representantes dos esquemas partidários que haviam sido varridos na pseudofaxina de 2011. Esse Lula que dá aulas de balcão não orna com o Lula da entrevista: “Às vezes tenho a impressão que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.”
Em todo o livro, a expressão “mensalão” foi utilizada uma mísera vez.
Pingou dos lábios do próprio Lula. Ainda assim para insinuar que a mídia e a oposição se portaram mal. “Tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo.”
Nesse ponto, Lula carregou na ironia para alfinetar FHC, recém-retirado do armário pelo tucanato: “Na época, tinha gente que dizia: ‘O PT morreu, o PT acabou.’ Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças.”
Lula chamou de “tropeços” os crimes em série que renderam no STF a condenação de 25 pessoas. “Tivemos tropeços, é lógico. Muitos tropeços. O ano de 2005 foi muito complicado.” Contou que parou de acompanhar o noticiário nessa época. “Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse.”
Numa passagem que beirou o sincericídio Lula confessou que foi radicalmente contra a divulgação da célebre “Carta ao pobo brasileiro” –aquele documento veiculado na campanha de 2002 em que assumiu compromissos como honrar contratos, combater a inflação e conservar o equilíbrio fiscal. “Ela dizia coisas que eu não queria falar, mas hoje reconheço que ela foi importante.” Vão abaixo trechos da entrevista.
— Qual o balanço que o sr. faz dos anos de governo do PT e aliados? Esses anos, se não foram os melhores, fazem parte do melhor período que este país viveu em muitos e muitos anos. Se formos analisar as carências que ainda existem, as necessidades vitais de um povo na maioria das vezes esquecido pelos governantes, vamos perceber que ainda falta muito a fazer para garantir a esse povo a total conquista da cidadania. Mas, se analisarmos o que foi feito, vamos perceber que outros países não conseguiram, em 30 anos, fazer o que nós conseguimos fazer em dez anos.
— Qual foi o grande legado dos dez anos de seu governo? [...] As pessoas sabem que este país tem governo, que este país tem política, que este país passou a ser tratado até às vezes como referência para muitas coisas que foram decididas no mundo. Esse é um legado que vai marcar esses dez anos. E eu tenho convicção de que, com a continuidade da companheira Dilma no governo, isso vai ser definitivamente consagrado. Parto do pressuposto de que chegaremos a 2016 como a quinta economia do mundo.
— Quando começou o governo, o sr. devia ter uma ideia do que ele seria. O que mudou daquela ideia inicial, o que se realizou e o que não se realizou, e por quê? Tínhamos um programa e parecia que ele não estava andando. [...] Eu lembro que o ministro Luiz Furlan, cada vez que tinha audiência, dizia: “Já estamos no governo há tantos dias, faltam só tantos dias para acabar e nós precisamos definir o que nós queremos que tenha acontecido no final do mandato. Qual é a fotografia que nós queremos.” E eu falava: “Furlan, a fotografia está sendo tirada” [...] Tem que ter paciência. Eu acho que fui o presidente que mais pronunciou a palavra “paciência”. Senão você fica louco.
— Quando o sr. perdeu a paciência? [...] No começo tinha muita ansiedade. “Será que nós vamos dar conta de fazer isso? Será que vai ser possível?”, eu me perguntava. Tivemos tropeços, é lógico. O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia (do mensalão) foi uma situação muito delicada. Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse. Um dia, eu cheguei em casa e disse: “Marisa, a partir de hoje, se a gente quiser governar este país, a gente não vai ver televisão, a gente não vai ver revista, a gente não vai ler jornal.” Eu tinha uma equipe e criamos uma sala de situação, da qual participavam Dilma, Ciro (Gomes), Gilberto (Carvalho) e Márcio (Thomaz Bastos). E era muito engraçado: eu chegava ao Palácio e eles estavam todos nervosos. E eu estava tranquilo e falava: “Vocês estão vendo? Vocês leem jornal… Vocês estão nervosos por quê?”
— Por que seu governo provocou tanta reação da elite e da mídia? A reação das oposições aos governos do PT não é desproporcional, tendo em vista os resultados que foram apresentados? [...] Eles achavam que nós não passaríamos de uma coisa pequenininha, bonita e radical. E nós não nascemos para sermos bonitos, nem radicais. Nós nascemos para ganhar o poder.
— Mas vocês nasceram radicais… O PT era muito rígido, e foi essa rigidez que lhe permitiu chegar aonde chegou. [...] Eu era um indesejado que chegou lá. Sabe aquele cara que é convidado para uma festa, e o anfitrião nem tinha convidado direito? [...] E depois, tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que dizia: “O PT morreu, o PT acabou.” Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças.
— A negociação é a pré-condição para a solidez do governo? [...] Nós aprendemos a construir as alianças necessárias. Se não for assim, a gente não governa (…). O meu medo é que se passe a menosprezar o exercício da democracia e se comece a aplicar a ditadura de um partido sobre os demais. Não gosto muito da palavra hegemonia, sabe. O exercício da hegemonia na política é muito ruim. Mesmo quando você tem numericamente a maioria, é importante que, humildemente, você exerça a democracia. É isso que consolida as instituições de um país e foi isso que eu exercitei durante o meu mandato, e que a Dilma está exercitando agora com muita competência.
— Os tabus foram quebrados à direita e à esquerda? Como se sentia com isso? [...] Foram oito anos que permitiram que a gente, ao concluir, pudesse dar de presente ao Brasil a eleição da primeira mulher presidenta. Essa foi outra coisa muito difícil de fazer. Eu sei o que aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: “Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” E eu: “Companheiros, é preciso surpreender a nação com uma novidade.” O Brasil mudou nesses dez anos.
— E o sr., também mudou? [...] Mudei porque eu aprendi muito, a vida me ensinou demais, mas continuo com os mesmos ideais. Só tem sentido governar se você conseguir fazer com que as pessoas mais necessitadas consigam evoluir de vida.
— E o PT mudou? [...] Hoje, ou nós fazemos uma reforma política e mudamos a lógica da política, ou a política vai virar mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento. É preciso que as pessoas compreendam que não só a gente deveria ter financiamento público de campanha, como deveria ser crime inafiançável ter dinheiro privado nas campanhas; que você precisa fazer o voto por lista, para que a briga se dê internamente no partido. Você pode fazer um modelo misto – um voto pode ser para a lista, o outro para o candidato. O que não dá é para continuar do jeito que está.
— Por quê? Às vezes tenho a impressão de que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.
— O PT não mudou necessariamente para melhor? O PT mudou porque aprendeu a convivência democrática da diversidade; mas, em muitos momentos, o PT cometeu os mesmos desvios que criticava como coisas totalmente equivocadas nos outros partidos políticos. [...] Você começa a ser questionado quando vira alternativa de poder. Então, o PT precisa saber disso. O PT, quanto mais forte ele for, mais sério ele tem que ser. Eu não quero ter nenhum preconceito contra ninguém, mas acho que o PT precisa voltar a acreditar em valores que a gente acreditava e que foram banalizados por conta da disputa eleitoral. É o tipo de legado que a gente tem que deixar para nossos filhos, nossos netos. É provar que é possível fazer política com seriedade. Você pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele.
Em vários pontos da conversa, Lula fez algo muito parecido com uma autocrítica. A certa altura, disse que “o PT cometeu os mesmos desvios que criticava” nos outros partidos. Atribuiu o rebaixamento ético ao peso do dinheiro nas eleições. Disse que seu partido precisa voltar a acreditar nos “valores” que o inspiravam no passado, para “provar que é possível fazer política com seriedade.”
De repente, Lula saiu-se com essa: “Você pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele e como exercício prático da democracia.”
O Lula do livro destoa do Lula que, em nome dos arranjos de 2014, aconselhou Dilma Rousseff a devolver à Esplanada representantes dos esquemas partidários que haviam sido varridos na pseudofaxina de 2011. Esse Lula que dá aulas de balcão não orna com o Lula da entrevista: “Às vezes tenho a impressão que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.”
Em todo o livro, a expressão “mensalão” foi utilizada uma mísera vez.
Pingou dos lábios do próprio Lula. Ainda assim para insinuar que a mídia e a oposição se portaram mal. “Tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo.”
Nesse ponto, Lula carregou na ironia para alfinetar FHC, recém-retirado do armário pelo tucanato: “Na época, tinha gente que dizia: ‘O PT morreu, o PT acabou.’ Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças.”
Lula chamou de “tropeços” os crimes em série que renderam no STF a condenação de 25 pessoas. “Tivemos tropeços, é lógico. Muitos tropeços. O ano de 2005 foi muito complicado.” Contou que parou de acompanhar o noticiário nessa época. “Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse.”
Numa passagem que beirou o sincericídio Lula confessou que foi radicalmente contra a divulgação da célebre “Carta ao pobo brasileiro” –aquele documento veiculado na campanha de 2002 em que assumiu compromissos como honrar contratos, combater a inflação e conservar o equilíbrio fiscal. “Ela dizia coisas que eu não queria falar, mas hoje reconheço que ela foi importante.” Vão abaixo trechos da entrevista.
— Qual o balanço que o sr. faz dos anos de governo do PT e aliados? Esses anos, se não foram os melhores, fazem parte do melhor período que este país viveu em muitos e muitos anos. Se formos analisar as carências que ainda existem, as necessidades vitais de um povo na maioria das vezes esquecido pelos governantes, vamos perceber que ainda falta muito a fazer para garantir a esse povo a total conquista da cidadania. Mas, se analisarmos o que foi feito, vamos perceber que outros países não conseguiram, em 30 anos, fazer o que nós conseguimos fazer em dez anos.
— Qual foi o grande legado dos dez anos de seu governo? [...] As pessoas sabem que este país tem governo, que este país tem política, que este país passou a ser tratado até às vezes como referência para muitas coisas que foram decididas no mundo. Esse é um legado que vai marcar esses dez anos. E eu tenho convicção de que, com a continuidade da companheira Dilma no governo, isso vai ser definitivamente consagrado. Parto do pressuposto de que chegaremos a 2016 como a quinta economia do mundo.
— Quando começou o governo, o sr. devia ter uma ideia do que ele seria. O que mudou daquela ideia inicial, o que se realizou e o que não se realizou, e por quê? Tínhamos um programa e parecia que ele não estava andando. [...] Eu lembro que o ministro Luiz Furlan, cada vez que tinha audiência, dizia: “Já estamos no governo há tantos dias, faltam só tantos dias para acabar e nós precisamos definir o que nós queremos que tenha acontecido no final do mandato. Qual é a fotografia que nós queremos.” E eu falava: “Furlan, a fotografia está sendo tirada” [...] Tem que ter paciência. Eu acho que fui o presidente que mais pronunciou a palavra “paciência”. Senão você fica louco.
— Quando o sr. perdeu a paciência? [...] No começo tinha muita ansiedade. “Será que nós vamos dar conta de fazer isso? Será que vai ser possível?”, eu me perguntava. Tivemos tropeços, é lógico. O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia (do mensalão) foi uma situação muito delicada. Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse. Um dia, eu cheguei em casa e disse: “Marisa, a partir de hoje, se a gente quiser governar este país, a gente não vai ver televisão, a gente não vai ver revista, a gente não vai ler jornal.” Eu tinha uma equipe e criamos uma sala de situação, da qual participavam Dilma, Ciro (Gomes), Gilberto (Carvalho) e Márcio (Thomaz Bastos). E era muito engraçado: eu chegava ao Palácio e eles estavam todos nervosos. E eu estava tranquilo e falava: “Vocês estão vendo? Vocês leem jornal… Vocês estão nervosos por quê?”
— Por que seu governo provocou tanta reação da elite e da mídia? A reação das oposições aos governos do PT não é desproporcional, tendo em vista os resultados que foram apresentados? [...] Eles achavam que nós não passaríamos de uma coisa pequenininha, bonita e radical. E nós não nascemos para sermos bonitos, nem radicais. Nós nascemos para ganhar o poder.
— Mas vocês nasceram radicais… O PT era muito rígido, e foi essa rigidez que lhe permitiu chegar aonde chegou. [...] Eu era um indesejado que chegou lá. Sabe aquele cara que é convidado para uma festa, e o anfitrião nem tinha convidado direito? [...] E depois, tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que dizia: “O PT morreu, o PT acabou.” Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças.
— A negociação é a pré-condição para a solidez do governo? [...] Nós aprendemos a construir as alianças necessárias. Se não for assim, a gente não governa (…). O meu medo é que se passe a menosprezar o exercício da democracia e se comece a aplicar a ditadura de um partido sobre os demais. Não gosto muito da palavra hegemonia, sabe. O exercício da hegemonia na política é muito ruim. Mesmo quando você tem numericamente a maioria, é importante que, humildemente, você exerça a democracia. É isso que consolida as instituições de um país e foi isso que eu exercitei durante o meu mandato, e que a Dilma está exercitando agora com muita competência.
— Os tabus foram quebrados à direita e à esquerda? Como se sentia com isso? [...] Foram oito anos que permitiram que a gente, ao concluir, pudesse dar de presente ao Brasil a eleição da primeira mulher presidenta. Essa foi outra coisa muito difícil de fazer. Eu sei o que aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: “Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” E eu: “Companheiros, é preciso surpreender a nação com uma novidade.” O Brasil mudou nesses dez anos.
— E o sr., também mudou? [...] Mudei porque eu aprendi muito, a vida me ensinou demais, mas continuo com os mesmos ideais. Só tem sentido governar se você conseguir fazer com que as pessoas mais necessitadas consigam evoluir de vida.
— E o PT mudou? [...] Hoje, ou nós fazemos uma reforma política e mudamos a lógica da política, ou a política vai virar mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento. É preciso que as pessoas compreendam que não só a gente deveria ter financiamento público de campanha, como deveria ser crime inafiançável ter dinheiro privado nas campanhas; que você precisa fazer o voto por lista, para que a briga se dê internamente no partido. Você pode fazer um modelo misto – um voto pode ser para a lista, o outro para o candidato. O que não dá é para continuar do jeito que está.
— Por quê? Às vezes tenho a impressão de que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.
— O PT não mudou necessariamente para melhor? O PT mudou porque aprendeu a convivência democrática da diversidade; mas, em muitos momentos, o PT cometeu os mesmos desvios que criticava como coisas totalmente equivocadas nos outros partidos políticos. [...] Você começa a ser questionado quando vira alternativa de poder. Então, o PT precisa saber disso. O PT, quanto mais forte ele for, mais sério ele tem que ser. Eu não quero ter nenhum preconceito contra ninguém, mas acho que o PT precisa voltar a acreditar em valores que a gente acreditava e que foram banalizados por conta da disputa eleitoral. É o tipo de legado que a gente tem que deixar para nossos filhos, nossos netos. É provar que é possível fazer política com seriedade. Você pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
FELICIANO E BOLSONARO SÃO DENUNCIADOS.
Feliciano e Bolsonaro são denunciados pela OAB e entidades sociais
A acusação se refere a vídeos postados na internet que estão sendo considerados como difamatórios. Os parlamentares que estão sendo acusados usam imagens de sessões na Câmara para alertar a população sobre a defesa de projetos polêmicos.
Os vídeos que servem de alerta estão sendo considerados como “campanha de ódio”. O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, diz estar indignado com os vídeos, principalmente por serem ligados a deputados federais.
“A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB será protagonista no enfrentamento a esse tipo de atentado à dignidade humana”, disse ele.
Os deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Domingos Dutra (PT-MA) também estiveram presentes na reunião da CNDH, já que são eles que aparecem nos vídeos. Ativistas dos movimentos indígena, de mulheres, da população negra, do povo de terreiro e LGBT também estiveram presentes no encontro.
“Eu fico muito feliz com essa decisão da OAB porque o sentimento de desamparo que esses ativistas estão sentindo eu também experimentei”, diz Jean Wyllys que é o primeiro deputado assumidamente homossexual. “Só que eu tenho uma vantagem: sou deputado federal e tenho minimamente uma estrutura que pode servir de defesa pra mim”. Com informações Jornal do Brasil.
Os dois deputados que lutam em favor da família tradicional estão sendo acusados de fazer campanha de ódio
por Leiliane Roberta Lopes
Feliciano e Bolsonaro são denunciados pela OAB e entidades sociais
Uma representação assinada por mais de vinte entidades ligadas aos direitos humanos e a Ordem dos Advogados do Brasil (AOB) será enviada ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), acusando os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) de promoverem campanha de ódio.A acusação se refere a vídeos postados na internet que estão sendo considerados como difamatórios. Os parlamentares que estão sendo acusados usam imagens de sessões na Câmara para alertar a população sobre a defesa de projetos polêmicos.
Os vídeos que servem de alerta estão sendo considerados como “campanha de ódio”. O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, diz estar indignado com os vídeos, principalmente por serem ligados a deputados federais.
“A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB será protagonista no enfrentamento a esse tipo de atentado à dignidade humana”, disse ele.
Os deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Domingos Dutra (PT-MA) também estiveram presentes na reunião da CNDH, já que são eles que aparecem nos vídeos. Ativistas dos movimentos indígena, de mulheres, da população negra, do povo de terreiro e LGBT também estiveram presentes no encontro.
“Eu fico muito feliz com essa decisão da OAB porque o sentimento de desamparo que esses ativistas estão sentindo eu também experimentei”, diz Jean Wyllys que é o primeiro deputado assumidamente homossexual. “Só que eu tenho uma vantagem: sou deputado federal e tenho minimamente uma estrutura que pode servir de defesa pra mim”. Com informações Jornal do Brasil.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
ADOLESCENTE ENGRAVIDA FORÇADA PELA MÃE.
29/4/2013 às 17h07 (Atualizado em 29/4/2013 às 17h11)
Adolescente é forçada a engravidar com esperma comprado pela mãe na internet
Caso chocou a Inglaterra e mãe foi condenada a cinco anos de prisão
Menina de 16 anos foi obrigada a fazer inseminação artificial desde os 14 anos de idade pela própria mãeReprodução/TheGuardian
De acordo com a publicação, a adolescente aceitou a situação por medo da mãe. Aos 14 anos e virgem, ela já havia abortado, depois de passar pelo mesmo procedimento. O jornal ainda afirma que ao longo destes dois anos a menina havia se inseminado sete vezes "sozinha no quarto usando seringas de sêmen preparadas pela mãe".
Na primeira vez, o sêmen foi oferecido porém com um doador que "havia ido até sua casa. Porém, nas demais tentativas até a gravidez foram utilizados esperma comprados em um banco internacional.
Quando ela ficou grávida aos 16 anos, os médicos foram informados de que ela tinha passado a noite com um rapaz que abandonou e que havia viajado ao exterior.
Sêmem de loiros torna Dinamarca "meca" de inseminação artificial
Ainda segundo a publicação, a verdade só foi descoberta no momento do nascimento da criança por causa do comportamento "agressivo e insensível" da mãe. De acordo com os médicos que fizeram o parto, a mulher tentou impedir que sua filha de amamentar o recém-nascido. Percebendo a relutância da adolescente em entregar o bebê para a mãe, os especialista chamaram responsáveis do governo que protegem as crianças.
Brasil muda regras de inseminação artificial
A mulher tinha quatro filhos. Ela havia adotado três crianças quando ainda eram bebês no exterior, duas vezes quando ela era casada e uma vez como estava solteira. Ela havia optado por não dar à luz por causa de um problema de saúde, além de ter se feito cirurgia para não ter mais filhos por própria vontade.
Prisão da mãe
Detalhes deste caso chocante surgiram depois de uma decisão judicial que condenou a mãe a cumprir cinco anos de prisão. O texto da alta corte inglesa colocaram em questionamento as brechas em adoções internacionais e regulação do tráfego global de esperma. O caso tramitou em segredo de justiça. Apesar de a história ter surgido na imprensa, a mulher não pode ser identificada para preservar a filha e o neto.
Em sua sentença, o juiz Justice Jackson disse que não conseguia entender como uma mãe "poderia se comportar de uma maneira tão má e egoísta com uma criança vulnerável”.
Leia mais notícias de Saúde
De acordo com o acórdão, a filha "ficou grávida, a pedido de sua mãe, usando esperma de um doador comprado pela mãe, com a finalidade de fornecer uma quarta criança para a mãe para trazer como seus próprios".
quarta-feira, 1 de maio de 2013
ESTÃO PRENDENDO INOCENTES, BELTRAME USA IMAGEM.
QUE A POPULAÇÃO NÃO GOSTA DA PM, TODOS MUNDO SABE!
ESTÃO USANDO A CORPORAÇÃO PARA SE PROMOVER, PENSANDO NAS ELEIÇÕES DE 2014.
BELTRAME O SANEADOR DE TROPA!
E AGORA???? COMO FICA????
A MAIORIDADE PENAL.
O PROJETO DE LEI APRESENTADO PELO ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE A MAIORIDADE PENAL colocando a culpabilização do adolescente.
As estatísticas demonstram que apenas 0,2% dos adolescentes (entre 12e 18 anos) estão cumprindo alguma medida sócio-educativano Brasil por terem cometido crimes. Isso prova que a criminalidade não é maior nesta faixa etária, ou seja, não há um problema específico relacionado à maioridade penal.
Os GOVERNANTES tentam desviar o foco das verdadeiras causas. A discussão sobre maioridade penal desvia o foco das verdadeiras causas do problema da violência, colocando a culpa no adolescente. As pesquisas realizadas nas áreas social e educacional apontam que no Brasil a violência está profundamente ligada a questões politicas, desigualdade social (diferente de pobreza!), exclusão social, impunidade (as leis existentes não são cumpridas, independentemente de serem "leves" ou "pesadas"), falhas na educação familiar e/ou escolar principalmente no que diz respeito à chamada educação em valores ou comportamento ético, e, finalmente, certos processos culturais exacerbados em nossa sociedade como individualismo, consumismo e cultura do prazer.
As reações emocionais motivadas pelas "más notícias" veiculadas pela mídia.
Em geral, quando tomamos conhecimento de histórias de crimes bárbaros cometidos por jovens, temos naturalmente um sentimento de indignação, que por sinal é muito justificado. Porém, quando tomamos contato com números que mostram que apenas 2 em cada 1000 adolescentes se envolvem em crimes, podemos reavaliar esta indignação e não generalizá-la a todos os jovens, uma vez que esses crimes bárbaros, apesar de serem chocantes, são casos isolados.
Não acredito que as leis mais "pesadas" resolvem o problema. Muitas vezes imaginamos que leis mais rigorosas poderiam combater a violência e melhorar a situação brasileira. Mas essa idéia certamente é equivocada, uma vez que encontramos vários exemplos históricos e atuais de regimes extremamente rígidos em diversos países, que ainda assim não conseguiram reduzir ou resolver o problema da violência. Na verdade, não precisamos de leis mais rígidas, mas sim de rigor e ética no cumprimento das leis que já existem. Sem contar que no Brasil é muito comum haver injustiça e preconceito na aplicação das leis. Pobres e negros lotam os presídios enquanto políticos corruptos continuam no poder, abusando dos seus privilégios. Se as leis forem mais rígidas, obviamente essa rigidez também afetará automaticamente o setor excluído da sociedade e não as camadas dominantes. Sendo mais claro: da forma como estamos, se um adolescente pobre cometer um crime certamente será preso, mas dificilmente um filho da elite sofrerá a mesma punição.
Quando queremos reduzir a maioridade penal parece que há um discurso implícito que diz mais ou menos o seguinte aos adolescentes: "nós desconfiamos de vocês... se não andarem na linha, nós vamos puní-los com rigor!" Ou seja, passamos a cultivar um espírito de desconfiança, tratando os adolescentes como se fossem nossos inimigos. No entanto, sabemos que a adolescência é uma fase em que o ser humano é tomado por diversos conflitos e um forte sentimento de insegurança, de maneira que nossa desconfiança pode ter o poder de acentuar ainda mais as dores de um período por si só doloroso. Precisamos valorizar o jovem, considerá-los como parceiros na caminhada para construção de uma sociedade melhor, e não como vilões que estão colocando a nação em risco.
Outra coisa mesmo que mude a lei, os jovens não terão medo da punição e isso diminuiria os crimes.
É crença de que a prisão educa. Reduzindo amaioridade penal, adolescente vão para a prisão. E daí? Depois de tudo o que sabemos sobre as condições dos presídios brasileiros, como ainda acreditamos que um adolescente poderá aprender alguma coisa e se reeducar num sistema que não oferece nenhuma condição de educar ninguém?
As estatísticas demonstram que apenas 0,2% dos adolescentes (entre 12e 18 anos) estão cumprindo alguma medida sócio-educativano Brasil por terem cometido crimes. Isso prova que a criminalidade não é maior nesta faixa etária, ou seja, não há um problema específico relacionado à maioridade penal.
Os GOVERNANTES tentam desviar o foco das verdadeiras causas. A discussão sobre maioridade penal desvia o foco das verdadeiras causas do problema da violência, colocando a culpa no adolescente. As pesquisas realizadas nas áreas social e educacional apontam que no Brasil a violência está profundamente ligada a questões politicas, desigualdade social (diferente de pobreza!), exclusão social, impunidade (as leis existentes não são cumpridas, independentemente de serem "leves" ou "pesadas"), falhas na educação familiar e/ou escolar principalmente no que diz respeito à chamada educação em valores ou comportamento ético, e, finalmente, certos processos culturais exacerbados em nossa sociedade como individualismo, consumismo e cultura do prazer.
As reações emocionais motivadas pelas "más notícias" veiculadas pela mídia.
Em geral, quando tomamos conhecimento de histórias de crimes bárbaros cometidos por jovens, temos naturalmente um sentimento de indignação, que por sinal é muito justificado. Porém, quando tomamos contato com números que mostram que apenas 2 em cada 1000 adolescentes se envolvem em crimes, podemos reavaliar esta indignação e não generalizá-la a todos os jovens, uma vez que esses crimes bárbaros, apesar de serem chocantes, são casos isolados.
Não acredito que as leis mais "pesadas" resolvem o problema. Muitas vezes imaginamos que leis mais rigorosas poderiam combater a violência e melhorar a situação brasileira. Mas essa idéia certamente é equivocada, uma vez que encontramos vários exemplos históricos e atuais de regimes extremamente rígidos em diversos países, que ainda assim não conseguiram reduzir ou resolver o problema da violência. Na verdade, não precisamos de leis mais rígidas, mas sim de rigor e ética no cumprimento das leis que já existem. Sem contar que no Brasil é muito comum haver injustiça e preconceito na aplicação das leis. Pobres e negros lotam os presídios enquanto políticos corruptos continuam no poder, abusando dos seus privilégios. Se as leis forem mais rígidas, obviamente essa rigidez também afetará automaticamente o setor excluído da sociedade e não as camadas dominantes. Sendo mais claro: da forma como estamos, se um adolescente pobre cometer um crime certamente será preso, mas dificilmente um filho da elite sofrerá a mesma punição.
Quando queremos reduzir a maioridade penal parece que há um discurso implícito que diz mais ou menos o seguinte aos adolescentes: "nós desconfiamos de vocês... se não andarem na linha, nós vamos puní-los com rigor!" Ou seja, passamos a cultivar um espírito de desconfiança, tratando os adolescentes como se fossem nossos inimigos. No entanto, sabemos que a adolescência é uma fase em que o ser humano é tomado por diversos conflitos e um forte sentimento de insegurança, de maneira que nossa desconfiança pode ter o poder de acentuar ainda mais as dores de um período por si só doloroso. Precisamos valorizar o jovem, considerá-los como parceiros na caminhada para construção de uma sociedade melhor, e não como vilões que estão colocando a nação em risco.
Outra coisa mesmo que mude a lei, os jovens não terão medo da punição e isso diminuiria os crimes.
É crença de que a prisão educa. Reduzindo amaioridade penal, adolescente vão para a prisão. E daí? Depois de tudo o que sabemos sobre as condições dos presídios brasileiros, como ainda acreditamos que um adolescente poderá aprender alguma coisa e se reeducar num sistema que não oferece nenhuma condição de educar ninguém?
1º DE MAIO PARA O MILITAR.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
O 1º de maio, dia do trabalhador, para o militar.
Muitas conquistas foram efetivadas nos diversos segmentos profissionais, com regulamentação de horas, salário, horas extras, equipamentos de segurança, prevenção de doenças profissionais e outras garantias.
E os militares? NADA! Só perderam o pouco que ainda tinham.
Trabalham ininterruptamente sempre que a situação assim o exigir sem recebimento das horas trabalhadas em excesso, não tem Fundo de Garantia, faltam equipamentos de segurança para desempenho de suas atividades, não existe prevenção das doenças profissionais e seus 30 anos de serviço equivalem em horas de trabalho a mais de quarenta do trabalhador da iniciativa privada.
Militar é sim um trabalhador e deve ter tratamento equitativo com a atividade que exerce, muitas vezes cercada com a morte como resultado.
No meio político e de comando o militar ainda é visto como “meio cidadão”, não gozando de todos os direitos previstos aos demais trabalhadores e cidadãos. É como se estivessem ainda nos “grilhões” a impedir reações em sua defesa e de sua família. Qualquer manifestação é considerada transgressão ou até crime, conforme a vontade em punir e prejudicar o militar, que assim sofre muitos prejuízos em sua carreira e até mesmo seu meio de sustento com a exclusão sem nenhum direito a receber.
Foram notórios os movimentos de bombeiros e policiais militares ocorridos em todo o País, especialmente no Estado do Rio de janeiro, onde totalmente contrário a Legislação, foram presos e trancafiados em presídio comum de segurança máxima. Muitos foram excluídos, sendo reintegrados pela Justiça, que vislumbrou ilegalidades praticadas. Outros continuam fora de suas Corporações por não haver vontade política nem Justa.
Somos militares sim, nos manifestar ordeira e pacificamente é nosso Direito Constitucional
"Minhas amigas e meus amigos, amanhã 1º de maio, é um bom dia para refletirmos sobre uma verdade nem sempre lembrada, que tudo o que um país produz é fruto do esforço do trabalhador e por isso, todo trabalhador tem o direito de usufruir de tudo o que o seu país produz.
Para usufruir cada vez mais da riqueza do Brasil, o trabalhador brasileiro precisa de melhores empregos, de salários dignos, educação de qualidade e formação profissional adequada às necessidades do mundo moderno.
Já não podemos ficar a mercê de discursos enganadores que levam a maioria acreditar num futuro melhor se nem futuro temos. A cortina está sendo aberta e os reais valores do governo eleito (implantado) no Brasil está sendo exposto, que é a tomada definitiva do poder e se locupletar do dinheiro público.
O recado é claro: os discursos de Dilma não se materializam em investimentos e nem enchem a barriga de ninguém. (DO DEPUTADO FEDERAL ONYX LORENZONI (DEM-RS), sobre as vaias dirigidas à presidente durante evento com agricultores ontem em Campo Grande (MS).)
A INFLAÇÃO ENTRA PARA O DEBATE POLÍTICO.
Elio Gaspari
A inflação entra para o debate político
A Força Sindical quer trazer de volta o truque que arruinou uma
geração de brasileiros: a indexação
O deputado Paulo Pereira da Silva anunciou que fará das comemorações do Dia do Trabalho a plataforma de lançamento de uma campanha pela indexação dos salários dos trabalhadores. De acordo com sua primeira proposta, as negociações dos dissídios coletivos anuais passariam a ser trimestrais. Noutra sugestão, de um sindicalista tucano (repetindo, tucano), toda vez que a inflação bater a marca dos 3% sobre o último reajuste seria acionado um gatilho, elevando os salários. Na aparência, repõe aquilo que o trabalhador perde com a desvalorização da moeda. Na vida real, gera mais inflação.
Nas festividades de hoje estão previstas as presenças de três candidatos a presidente (Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva), mais o comissário Gilberto Carvalho, representando a doutora Dilma. Boa ocasião para que todos denunciem a proposta como demagogia política e irresponsabilidade econômica. A indexação de seja o que for está para uma sociedade assim como a cocaína para o organismo humano. O que o Brasil precisa é de menos indexação, e se há tarifas e serviços indexados, o que se deve discutir é o seu fim, não sua expansão.
Juntando-se a seriedade profissional do sindicalista Paulinho com a de todos os candidatos a presidente, mais a da doutora Dilma, ela não chega à metade da que tinha o professor Octavio Gouvêa de Bulhões. Pois foi ele quem, em 1964, criou a correção monetária. Injetou um vírus no sistema do país, criando um ciclo de torpor que arruinou a sociedade. Ela suportou seis moedas diferentes e a inflação foi a 1.764% em 1990. Vale lembrar que Bulhões usou a indexação para restabelecer a confiança nos papéis do governo. Acreditava que ia ficar nisso.
Quando o governo emite mais do que pode, todo mundo perde. Imagine-se uma situação em que começa a chover. Todo mundo se molha. Contudo, alguns grupos protegem-se, buscando coberturas. A indexação cria um sistema pelo qual o governo passa a distribuir a proteção. A partir desse momento, uma parte da sociedade lucra e outra rala. Trinta anos de inflação e correção monetária distribuíram lucros para o andar de cima e ruína para os trabalhadores.
A proposta do deputado é um instante de demagogia política diante de um governo atônito com a alta de preços. Quando os sábios da doutora Dilma pedem a prefeitos que adiem o reajuste de tarifas para limpar a inflação do fim do mês, põem em movimento um ciclo de malandragens que desembocam em propostas como a da Força Sindical. Esses artifícios já custaram à doutora a perda da confiança de uma parte do empresariado. Outra parte, mais esperta, tira proveito do truques obtendo desonerações tributárias, juros camaradas e benefícios contratuais.
O que os trabalhadores precisam é de menos inflação e nenhuma indexação. A debilidade da gestão da doutora Dilma está no uso de remendos para segurar preços e, em matéria de esparadrapos, o mais perigoso é a volta da indexação dos salários. Se Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva tiverem coragem para enunciar essa simples verdade, a campanha pela sucessão presidencial do ano que vem começará bem. Afinal, não se pode acabar com a chuva, mas pode-se trocar governos que geram inflação e mutilam o valor da moeda.
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